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alfacinha

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14.03.18

Ser mãe #7 - A palpitação aconchegante

mariana
Ser mãe é sentir aconchego em os ter por perto, saber que neles mora o incerto mais que certo, amor que sibila como o vento. É o aconchego sentido em cada pingo de chuva que cai lá fora, no primeiro gole de um café com leite quente ou no frio que se faz calor depois de um mergulho no mar.    É encontrar em cada vaga de emoções um sem número de explicações para o significado do verbo amar.Ser mãe é para lá de gerar vida, é sobretudo gerir vidas. Vai-se esculpindo no dia a (...)
01.03.18

Gostarmos de nós: a banalidade que não deve ser trivial

mariana
    Tirei esta fotografia há dois dias e debati-me mil vezes se a havia de publicar ou não. Para muitos, não haverá aqui questão alguma e será uma fotografia normal, sem nada de extraordinário. A mim não me fez parar de pensar. É de mais? É demasiado "tcharam"? Tem a ver comigo? Estou com ar de quem manda no mundo? Pareço uma diva à procura de plateia? Foram estas e tantas outras perguntas que andaram a passear na minha cabeça. Todas elas contrastavam com a minha (...)
26.10.17

Por uma Fénix

mariana
    Somos resilientes, mas a esperança não é como uma pilha que se compra ,sem demora, na loja do chinês. E os nossos corações não são, nem devem ser, recarregáveis ao sabor de fundos de investimento e vagas de turismo. Há que alimenta-los com um pouco mais do que isso, para que possam bater livres de espírito e seguros de si.   Aguentar, sem ver o fim da meada, as circunstâncias inequívocas do que é má governação, não pode ser sinónimo de as aceitar. Ouvir o frio (...)
14.09.17

Pessoas que me inspiram #3- Andrea Portugal Deveza

mariana
Gosto muito de pessoas. Cada vez mais gosto de me dar a conhecer e de receber delas aquilo que tiverem para dar. Há umas que dão tanto com gestos mais pequenos do que um grão de areia, outras não nos dão nada com gestos mais bruscos do que um camião TIR, outras demoram a dar aquilo que têm guardado nas profundezas do coração. Seja qual for a dádiva que os outros nos escolhem ou não dar, há sempre bons motivos para nós darmos aos outros na medida que quisermos, consoante (...)
21.08.17

Instantaneamente #7 - A nossa praia

mariana
Gosto de pensar que a vida é feita de grãos de areia díspares e especiais. Grãos de areia que transformam o minúsculo no enorme, o enorme em majestoso. Acredito que todas as partículas da nossa vida têm na essência a bruta simetria que o mundo nos oferece.Quis o mundo que esta praia, no oeste do nosso país, fosse a praia da minha infância. Da infância saltou para a adolescência, da adolescência oscilou para a idade adulta. É uma praia incerta, tem tanto de bonita como de (...)
17.07.17

Instantaneamente #6 - A hora LCD

mariana
  A "hora LCD" (lavar/comer/dormir) de hoje já chegou ao fim e não me sinto tão fresca como se tivesse acabado de beber uma Coca-Cola light. Esta hora é o "ver se te avias" de qualquer família e parece que nunca existem mãos a medir. É caótica e faz questionar a sanidade mental de qualquer santidade. É vivida por mães e por pais, a full ou part time, e fazem uma hora equivaler a 24. No fim de dar banho a uma enguia enraivecida, ainda temos que alimentar tigres (...)
30.06.17

Instantaneamente #5 - Simone Veil

mariana
  Vivemos num mundo e numa Europa aonde ainda há tanto por mudar, tanto por fazer e outro quanto por recuperar. É bom relembrar as que lutaram, com o esforço e dedicação de quem quase tudo perdeu, e ter em mente que as batalhas não são mesmas. Não são as mesmas, mas devem ser travadas com o mesmo espírito e vontade. Seja enquanto se mudam fraldas ou se gere uma multinacional. Há que lutar pela igualdade de género e há que honrar os direitos que foram conquistados. Tendo (...)
19.06.17

Instantaneamente #4 - Sem Voz

mariana
  Há coisas que me fazem ficar sem voz. Pura e simplesmente porque não sei com que voz as expressar. Este cantinho de céu, que faz bater o coração da minha família, encontra-se no meio do pinhal de Leiria. A aldeia aonde se encontra, o Coimbrão, já esteve pelo menos uma vez cercada por chamas. Foi no verão de 2005 e eu estava no pico da adolescência, vulgo estupidez, mas nunca me vou esquecer do cheiro daqueles dias ou tão pouco do sufoco e da cinza que assombraram os nossos (...)
24.05.17

Ser mãe #7 - Um filho é uma concha

mariana
Não foste planeado. Foste a surpresa inequívoca pela qual se espera a vida toda. És como uma concha que se encontra à beira-mar, daquelas com um buraquinho por aonde se passa um fio para fazer colares, banais mas tão especiais.  Afinal ser mãe ou pai é a banalidade mais especial de sempre. Quase toda a gente tem filhos, mas cada um os vive dentro da raridade que eles nos fazem sentir.  Cada filho é uma concha, daquelas corriqueiras, mas com o seu próprio e extraordinário (...)
19.05.17

Instantaneamente # 3 - As birras, o choro e a nossa senhora dos agriões!

mariana
  Há muito disto. As birras e o choro fazem parte da gincana que ser mãe é. Traduz-se numa prova de obstáculos, com saltos, peripécias e uma certa de dose de loucura. O maravilhoso de toda esta loucura assistida, desta corrida pela sanidade, é que no final da meta está sempre o primeiro prémio à espera. A recompensa está sempre lá. É omnipresente nas birras e no choro, mas é garantida pela certeza de que por eles vale tudo a pena. Mesmo que haja um lusco fusco que nos faz (...)