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alfacinha

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Seg | 16.05.16

Cinco motivos para costurar a roupa dos nossos filhos (e a nossa)

mariana

Numa época em que há bastante oferta no que toca a vestuário de bebé e de criança (em Campo de Ourique há imensa oferta no que toca a roupa de bebé e criança, assim como em lojas de cadeias maiores) porquê fazer a roupa dos nossos filhos?  A resposta deve variar de pessoa para pessoa, de mãe para mãe, de costureira para costureira, logo aquilo que vou responder é simplesmente uma opinião pessoal. 

 

#1 Sabemos aquilo que estamos a vestir aos nossos filhos

 

Quando fazemos roupa para os nossos filhos ou para nós (estou a abordar o tema na perspectiva de fazer para eles, no entanto também se encontram pontos em comum com o fazer para nós) temos a possibilidade de escolher a matéria prima que queremos, seja ela mais amiga do ambiente, mais cara, mais barata, estampada, lisa, mais resistente, a composição do tecido, enfim a oferta é de tal forma ampla, que difícil é não nos perdermos na escolha (eu sou tecido-dependente). Desta forma, conseguimos controlar o tipo de material que é usado nas roupas dos mais pequeninos assim como nas nossas. Este factor é de maior importância sobretudo para bebés pequeninos, no qual os tecidos em algodão e fibras naturais são de privilegiar, mas também nos mais velhos em que para certas peças um tecido mais resistente é boa ideia devido às brincadeiras e tropelias. 

 

#2 Sabemos quem fez a roupa dos nossos filhos

 

Não vou ser hipócrita e dizer que não compro nada em cadeias de fast-fashion, porque compro tanto para mim como para o meu bebé, tanto peças na Zara como na H&M. Os preços são apetecíveis, as peças são engraçadas e a tentação acaba por ceder. No entanto, fiz grande parte da roupa do enxoval do meu bebé (e estou em pulgas para fazer mais), por isso acho que acabei por equilibrar as coisas, sendo que num mundo ideal optaria por não comprar em cadeias do género. Não é por desdém de serem cadeias de fast-fashion ou "mais baratas" (sem muitas vezes serem assim tanto), mas porque o processo de fabrico que se encontra por detrás delas é muitas vezes negro, sendo que as condições de trabalho de alguns dos países em que as peças são feitas são muitas vezes poucas ou nenhumas. Contudo, começam a existir cada vez mais lojas de roupa de bebé de fabrico artesanal, mas os preços sobem ligeiramente, sendo que não podemos comparar uma peça feita à mão com uma peça de fabrico industrial.

 

#3 Sabemos o real custo das coisas

 

Ao sermos nós a fazer a roupa que usamos, conseguimos controlar o preço da matéria prima, que acaba por ser o preço da peça, pois o resto é tempo investido e mão de obra. Ou seja, podemos optar por escolher um tecido mais caro ou mais barato (sendo que existem saldos de inverno e de verão), podemos escolher um modelo mais simples ou complicado de fazer (diminuindo ou aumentando o tempo investido e a mão de obra da peça). Ganhamos um apreço e um respeito pelas roupa que fazemos, assim como uma consciência diferente acerca do real custo que damos por uma peça de roupa já feita.

 

#4 Fazemos ao nosso gosto

 

Quantas vezes vemos uma peça de roupa que gostamos, mas o tecido não nos agrada ou vice-versa? Ao costurar aquilo que vestimos e que eles vestem, podemos adaptar moldes de roupa que tenhamos em casa ou criar um modelo semelhante a algo que tenhamos visto, mas com um tecido mais ao nosso gosto. Uma das técnicas que mais gosto de utilizar é tirar os moldes de uma peça de roupa que já tenha.Ao fazer isto, posso ou ficar com uma peça igual (mas diferente) ou adaptar o molde e criar outra peça diferente. Esta técnica permite "brincar" com aquilo que temos em casa, obter moldes sem gastar dinheiro e rentabilizar a roupa que temos.

 

#5 Damos mais amor

 

Pode parecer piroso, soar a frase feita e cliché, mas para mim costurar é uma forma de amar. A minha avó materna é uma das minhas grandes inspirações na costura, porque nos fazia as peças mais perfeitas e bonitas do mundo. Apesar de ainda ser viva, já não me conseguiu ensinar a costurar, mas o meu bebé ainda veste peças que ela me fez a mim e ao meu irmão, parece que é um bocadinho dela que fica connosco para sempre e esse sentimento não pode ser comprado em lugar nenhum. Fazermos nós para eles é no fundo uma extensão do sentimento que por eles nutrimos, porque o tempo e a dedicação não se pagam, seja numa loja de fast-fashion ou numa mais cara. Uma peça de roupa surge como uma necessidade; uma ideia; um tracejado no papel; um molde; em peças de tecido cortado; ganha forma com linhas e costuras e finalmente ganha vida, protege e abraça quem mais gostamos. 

 

Estes são os meus cinco principais motivos para costurar para mim e para o meu bebé. Como é óbvio há pessoas que não sabem/gostam de costurar, para quem não sabe há a solução de aprender, quem não gosta não é forçado a gostar, até porque o mundo era aborrecido se gostássemos todos do mesmo. No que toca a tempo é preciso organização e força de vontade,sobretudo com bebés e crianças pequenas e empregos/estudos à mistura. Ainda estou no principio da experiência como mãe, por isso não posso falar concretamente sobre o assunto, mas é um tema que tenciono abordar mais lá para a frente. No entanto, a minha ideia é fazer grande parte da roupa do meu bebé, assim como partilhar moldes e instruções de roupa de senhora,bebés e criança aqui no blogue. A pouco e pouco vou fazer os possíveis para ir dando dicas, ideias e tutoriais para quem quiser entrar no maravilhoso mundo da costura.