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alfacinha

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Seg | 31.10.16

Tricô #2 - Fofo para bebé D.I.Y

mariana

Apesar de ainda só ter partilhado este projecto de tricô, tricotar é algo que adoro fazer. Contudo, devo confessar que demorei bastante tempo a aprender,  comecei em primeiro por fazer crochet e só mais tarde é que me orientei com duas agulhas. O tricô é uma arte que requer tempo e paciência, mas o resultado final faz valer a pena todo o trabalho que com ele se tem. Há variadíssimas formas de tricotar, sendo que em Portugal se tricota bastante com o fio "ao pescoço" ou com um fio a passar por um alfinete ao peito - esta maneira de fazer tricô é única do nosso país. No entanto, eu nunca consegui tricotar desta forma e opto por tricotar à inglesa (com o fio a passar no dedo).

O tricô pode parecer algo complicado à primeira vista, mas acreditem que é muito mais simples do que parece.Caso queiram aprender a tricotar, penso que é importante encontrar uma forma com a qual se sintam à vontade e a partir daí tudo será mais fácil. Costuma-se dizer que a partir do momento em que se aprende os dois pontos fundamentais do tricô - meia e liga - se sabe tricotar qualquer ponto, ficando tudo muito mais simples. De facto é verdade, pois todos os outros pontos do tricô são, de uma forma ou outra, uma combinação dos pontos base. Para além disso, julgo que os aumentos e as diminuições no tricô são muito mais simples e intuitivos de fazer do que no crochet.  

O único motivo de não partilhar mais projectos de tricô aqui no blog é pelo facto de ser algo mais demorado, mas nos últimos tempos tenho dado mais "atenção" a esta arte. Aproveito o facto do Manel estar a dormir ,para tricotar antes de ir para a cama enquanto vejo uma série que gosto. É algo extremamente relaxante e que nos últimos tempos se tornou numa espécie de ritual.

O projecto que hoje partilho é um fofo em ponto mousse (ou ponto Jarreteira), o ponto mais "básico" do tricô. Se tricotarem à portuguesa (fio ao ombro) trabalham-se todas as voltas com malhas de liga, se tricotarem seguindo o estilo inglês ou continental (fio no dedo) trabalham-se todas as voltas com malhas de meia. O fofo é todo feito em ponto mousse, excepto no peitilho em que se utiliza um ponto canelado 2:2 , este ponto é um ponto elástico e tricota-se fazendo duas malhas em meia, duas malhas em liga. A frente e as costas são feitas em separado e posteriormente cosem-se as laterais. No fim, faz-se uma volta em malha baixa (em crochet) no contorno do decote e das pernas do fofo.

O tutorial que utilizo é grátis e podem encontrá-lo no site espanhol costurea, aonde estão dispóniveis vários projectos tanto de tricô como de crochet. Podem encontrar as instruções deste fofo em dois tamanhos, dos 0 aos 3 meses e dos 6 aos 9 meses. Já fiz ambos os tamanhos, sendo que o Manel utilizou o 0/3 mais ou menos desde os 2 até aos 4/5 meses e penso que utilizará o 6/9 a partir dos 8. É uma peça que resulta bem tanto em algodão como em lã, sendo que nos dias mais frios pode ser utilizada com collants. É super fácil e relativamente rápido de fazer, tudo depende do tempo que têm entre mãos. 

As instruções estão em espanhol, mas julgo serem de fácil compreensão para quem tenha alguma experiência. Para além das explicações para o fofo (peto em espanhol) também encontram no mesmo tutorial as explicações para uns sapatinhos amorosos (patucos em espanhol). Podem consultar aqui as explicações para o tamanho 0/3 e aqui para o tamanho 6/9. Deixo-vos também algumas dicas que vos podem ser úteis. Espero que gostem tanto deste tutorial como eu, caso tenham alguma dúvida terei todo o gosto em vos esclarecer.

 

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Que linha/lã escolher?

 

No tutorial que vos indico, vem sugerida lã para agulha 3 mm (no tamanho 0/3) e 4,5 mm (no tamanho 6/9). No entanto, podem utilizar o tipo de linha ou lã que mais gostarem, contudo penso que o tipo de fios sugeridos são os mais adequados. Isto porque para um bebé mais pequeno é preferível um fio de espessura mais fina (3 mm ou menos), enquanto que um bebé maior já "aguenta" um fio ligeiramente mais espesso (4/4,5 mm). No entanto, penso que não devem utilizar um fio mais grosso do que para uma agulha de 4,5mm.

Para este fofo escolhi uma lã dos tricots brancal , da gama "le petit", num tom tijolo muito bonito (referência - cor 45).

 

Do espanhol para o português:

 

Peto - Fofo

Patucos - Sapatinhos

Derecho - Refere-se ao direito do trabalho

Revés - Refere-se ao verso do trabalho

Punto bobo - Ponto mousse ou ponto jarreteira

Punto elástico doble - Ponto canelado 2:2 (duas malhas de liga;duas malhas de meia)

Hebra - Laçada

Canesú - Peitilho

Sisas - Cavas

Escote - Decote

Ojales - Casas

Tirante - Alças

Cambia - Mudar

Teje - Tricotar

Cierra - Terminar o trabalho / "Matar" malhas - por exemplo para as cavas ou para o decote

Ganchillo - Agulha de crochet

Punto bajo - Malha baixa

"Hacer las vueltas del derecho" ou "Hacer a punto derecho" - Tricotar em ponto mouse (todas as malhas em meia ou todas as malhas em liga - depende da forma de tricotar)

 

Aumentos:

 

Existem várias maneiras de fazer aumentos em tricô e julgo que podem utilizar aquele que mais gostam. No entanto, o metódo que eu mais aprecio é este, sendo que fiz os aumentos no verso do trabalho (voltas pares). Os aumentos feitos desta forma tornam-se muito discretos e súbtis. 

 

Casas:

 

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Para fazer as casas utilizo a técnica mais simples de todas. Esta técnica consiste em fazer uma laçada e depois tricotar duas malhas juntas. Julgo ser a forma mais fácil e rápida de fazer casas, contudo podem optar pelo método que preferirem. Quem ainda não se sente à vontade em fazer casas, pode visionar este tutorial da Filipa Carneiro.

Quando a peça estiver acaba só precisar de coser os botões, ou com a mesma lã do fofo ou com uma linha de costura numa cor aproximada. Escolhi uns ursinhos de madeira para o peitilho e uns botões pequenos no mesmo material para a entreperna - ambos da retrosaria cinco do dez

 

 

Costura das laterais:

 

Para unir duas peças em ponto de mousse, gosto de utilizar esta técnica porque se torna imperceptível a presença da costura. Desta forma a peça fica com um bom acabamento e a costura não incomoda o bebé.

 

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Contorno em Malha baixa:

 

Para que o fofo fique com um acabamento perfeito, devem com uma agulha de crochet fazer uma volta de "malha baixa" no contorno do decote e das pernas. Para tal, devem inserir a agulha de crochet na ourela do trabalho e depois basta fazer a "malha baixa". Caso não estejam familiarizados com a forma de fazer este ponto, sugiro que vejam este vídeo.

 

Rematar as linhas:

 

No final do trabalho, deve-se rematar as pontas dos fios deixados. Para um acabamento perfeito é crucial que as pontas dos fios fiquem bem escondidas "dentro das malhas" e que não se note a sua presença. Há várias formas de fazer esta operação e podem-nas encontrar todas explicadas e ilustradas aqui.

 

Como vestir:

 

No verão/primavera, podem vestir este género de fofo só com uma camisa fininha por baixo e com as pernas à mostra - mais simples do que isto não existe.

Contudo, no outono/inverno já é aconselhável vestir com umas meias pelo joelho (em dias mais solarengos e quentes) ou com collants (em dias mais frios). Penso que fica amoroso com uma camisa e com um casaquinho de malha por cima. Neste caso em particular, gosto de ver com um casaco de malha num tom mais neutro pois o fofo já tem uma cor bastante viva. Aqui combinei com um casaco em bege, mas penso que também deve ficar bem com peças em tons de cinzento.

 

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Qua | 26.10.16

Saco para roupa suja - D.I.Y

mariana

O projecto de costura desta semana é como que uma continuação do tutorial da semana passada. Se o mini-saco é perfeito para as peças de roupa mais miúdas para a roupa propriamente dita torna-se muito pequeno. Por isso, e como não gosto de juntar a roupa suja do Manel à nossa, precisava urgentemente de um saco só para roupa dele.

Este saco é diferente do mini, pois a parte do fundo leva um fecho - visto levar mais roupa o velcro não aguenta tão bem o peso da mesma. Como queria que o saco desse para abrir no fundo, permitindo despejar o seu conteúdo com facilidade, optei pelo fecho que aguenta perfeitamente o peso da roupa. Para além desta diferença, ainda vos proponho uma versão com asas e outra sem. Como com crianças (e com homens) a roupa tem uma certa tendência a andar espalhada pela casa fora, a versão com asas permite utilizar o saco "ao braço" dando a possibilidade de ir "apanhado" a roupa. A versão sem asas é melhor para colocar no roupeiro ou num local fixo, seja para a roupa deles ou para a nossa.

Podem ainda fazer este saco em três tamanhos diferentes conforme a quantidade e volume de roupa suja que precisam de acomodar. Eu ainda só fiz o saco no tamanho S, que serve na perfeição para a roupa do Manel. Contudo, já estou a pensar fazer o tamanho maior, porque eles estão sempre a crescer e ao mesmo ritmo que crescem sujam-se mais. Neste tutorial, só vos mostro a versão com asas, no entanto é fácil perceberem as mudanças, podendo sempre consultar o tutorial da semana passada para ver as imagem da versão sem asas.

Espero que este projecto vos seja útil, caso surjam dúvidas não hesitem em perguntar-me.

 

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Saco para roupa suja

Tamanhos:  S; M; L

 

Materiais/Aviamentos:

-Tecido Exterior (Piqué, Fustão, Algodão… - Recomendo que utilizem tecidos com alguma consistência)

-Tecido para o forro

- Fecho – 45 cm (comprei a metro)

- Cabide de arame (utilizei os que vinham da lavandaria) 

-Entretela de dupla face (opcional)

-Materiais de costura básicos: tesoura, giz de alfaiate ou caneta hidrossolúvel, alfinetes, linhas, máquina de costura, ferro de engomar...

-Molde Saco Roupa Suja.pdf

 

Notas:

Para obterem o molde do saco para roupa suja basta clicar na hiperligação e transferir o ficheiro para o vosso computador, depois é só imprimir. Quando imprimirem o molde tenham o cuidado de imprimir em tamanho real ou "actual size", para confirmar se a impressora está a imprimir correctamente devem ir às suas propriedades. 

Aconselho a lerem com atenção todo o tutorial antes de começar a sua execução.

O molde não contém valores de costura incluídos. Aconselho a utilizar como valor para as costuras 1,5 cm.

O molde do saco para roupa suja apresenta-se em várias folhas que devem ser unidas pelas setas como se fosse um puzzle. Para o tamanho M devem acrescentar, a partir do fundo do saco,10 cm em comprimento e para o tamanho L 15 cm.

Caso surjam dúvidas na aplicação do fecho, sugiro que vejam este vídeo que explica na perfeição esta forma de aplicar fechos .

Plano de corte:

 

Tecido Exterior e tecido do forro:

Cortar com o tecido dobrado:

Peça única: Cortar 2 vezes na dobra do tecido

 

Versão com asas: Corte as asas do saco em todas as peças resultantes do corte, para tal coloque o molde da “asa” na dobra do meio do saco guiando-se pela linha pontilhada presente no molde do mesmo.

 

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Versão sem asas: Escolha uma das peças cortadas para servir de frente do saco. Corte o buraco nessa mesma peça, tanto no tecido exterior como no tecido do forro. Para tal, coloque o molde do “buraco” na dobra do meio da frente do saco guiando-se pela linha pontilhada presente no molde do mesmo.

 

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Como fazer:

 

Versão com asas:

 

1 - Imprima os moldes do saco para roupa suja. Corte as peças do molde de acordo com o plano de corte. Corte as asas do saco em todas as peças resultantes do corte, para tal coloque o molde da “asa” na dobra do meio do saco guiando-se pela linha pontilhada presente no molde do mesmo.

 

OU

 

Versão sem asas:

 

1 - Imprima os moldes do saco para roupa suja. Corte as peças do molde de acordo com o plano de corte. Escolha uma das peças cortadas para servir de frente do saco. Corte o buraco nessa mesma peça, tanto no tecido exterior como no tecido do forro. Para tal, coloque o molde do “buraco” na dobra do meio da frente do saco guiando-se pela linha pontilhada presente no molde do mesmo.  

 

2 – Caso deseje, aplique o “patch” de tecido na frente do saco:

 

Cole a entretela a um pedaço de tecido da sua preferência (eu escolhi o mesmo tecido do forro) – sobreponha o lado rugoso da entretela ao avesso do tecido e pressione toda a superfície com o ferro de engomar (sem vapor). Transfira o motivo da sua preferência para o tecido – no molde sugiro uma estrela, mas pode utilizar a silhueta de uma letra da sua preferência ou a silhueta de outro motivo que goste. Recorte o contorno do motivo, descole a película de papel e cole o “patch” no centro da frente do saco. Com um ponto em zig-zag -escolha um ponto em zig-zag “apertado” e seleccione uma largura de ponto pequena- pesponte todo o contorno do “patch”, fixando-o ao saco.

 

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3 – Aplique o fecho no fundo do saco:

 

1 -  Una ambas as peças em tecido exterior e cosa a parte inferior (esta costura é provisória, pelo que sugiro que não remate a costura nem no principio nem no final). Com a ajuda do ferro de engomar, abra a costura.

 

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2 – Sobreponha o fecho à costura provisória, sendo que os “dentes” do fecho devem ficar voltados para a costura e alinhados com a mesma. Fixe o fecho com alfinetes ou com um ponto de alinhavo. Guiando-se pelo centro do fecho, cosa o mesmo ao saco. Sugiro que utilize um calcador próprio para coser fechos. Caso sobre um pedaço de fecho corte o excedente.

 

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3 – Pelo lado direito do tecido, descosa a costura provisória com um descosedor ou abre-casas. Desta forma a frente o as costas do saco ficam unidas pelo fecho.

 

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4 – Abra o fecho e junte a parte da frente às costas do saco. Cosa todo o contorno do saco, tendo em conta que deve deixar uma pequena abertura no topo para enfiar o cabide (pode-se guiar pelas marcações sugeridas no molde). Realize pequenos cortes em “V” nas partes curvas do saco, abra e remate as costuras. Volte o saco para o lado do direito.

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5 - Cosa o forro do saco, para tal junte ambas as peças em tecido do forro e costure, pelo avesso, todo o contorno do saco (excepto o fundo), tenha em conta que deve deixar uma pequena abertura no topo para enfiar o cabide (pode-se guiar pelas marcações sugeridas no molde). Realize pequenos cortes em “V” nas partes curvas do saco, abra e remate as costuras.

 

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6 – Una o forro ao saco:

 

1 – Prepare as fitas de viés para debruar as asas do saco: corte em viés duas fitas de 40 cm com 4 cm de largo. Dobre as fitas ao meio, no sentido do comprimento, e passe a ferro. Dobre ambos os lados das fitas de viés para dentro (1 cm) e passe-as a ferro. Volte a dobrar as fitas ao meio, no sentido do comprimento, e passe-a ferro. Caso tenha escolhido fazer a versão sem asas, basta preparar uma fita de viés.

 

2 – Coloque o forro no interior do saco, fazendo coincidir os “buracos” das asas e os lados do saco. Fixe o forro ao exterior do saco, com um ponto de alinhavo, pelos “buracos” das asas. Utilize a fita de viés previamente preparada para debruar as asas do saco, unindo desta forma o forro ao exterior do saco. Caso tenha escolhido fazer a versão sem asas, basta debruar o “buraco” feito para colocar a roupa.

 

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3 – Com um ponto à mão invisível, una no interior do saco o fundo do forro ao fecho – dobre o tecido do forro para dentro (cerca de 1,5 cm) e fixe com alfinetes antes de coser à mão.

 

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Seg | 24.10.16

Mommy Meals #7 - Massa Gratinada da Mamó

mariana

Com a chegada do outono e da chuva, chegam as sopas e os pratos de forno, já para não falar dos bolos e dos biscoitos. É a altura do ano em que temos uma certa tendência para cair em tentação, no entanto, sou apologista de comer com “conta,peso e medida”. Julgo que não devemos ser fundamentalistas em relação à comida, e que com bom senso podemos comer comida saudável, feita em casa e que de vez em quando uma refeição mais calórica não faz mal.

 

Não há nada que saiba melhor do que a sensação do forno ligado numa tarde ou manhã de chuva, a preparar os manjares que mais gostamos de partilhar com a nossa família e amigos. Ainda sabe melhor quando o fazemos em família... A cozinha é um local de culto em minha casa, o ponto de partida para o resto da refeição, de partilha de sabores e de experiências. Cozinhar é, como já disse anteriormente, uma arte, mas também um ato de amor. Cá em casa é também um prazer, herdado de geração em geração. A minha mãe é a minha referência culinária diária, sendo que a vejo cozinhar desde que me tomo por gente. Cozinhar com ela é, por isso, uma das coisas que mais gosto de fazer. Foi o caso de ontem, depois de uma tarde mais atribulada, ir para a cozinha com a minha mãe esteve muito perto de uma hora passada no SPA. Assim como a minha mãe não faz como a minha avó fazia, eu sigo um padrão culinário diferente do dela e sou mais “certinha” nas receitas, enquanto ela gosta mais de inventar.

 

 Esta massa gratinada criada a duas mãos, num abrir e fechar de olhos, não podia se não ter outro nome do que “Massa gratinada da Mamó”. Mamó é a forma como todos os familiares e amigos mais próximos tratam a minha mãe, sendo que durante grande parte da minha infância estava convencida de que era o nome próprio dela. Esta massa é o típico gratinado de inverno, perfeito para uma refeição em família ou um jantar de amigos. É aquele tipo de prato que rende imenso e que parece dar sempre para “mais um”. Espero que gostem desta deliciosa massa, que produz em nós a sensação de aconchego e conforto.

 

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Massa gratinada da Mamó

 (Para 5 ou 6 pessoas)

 

Ingredientes: 

Chávena usada como medida – 225 ml de capacidade

 

- 400 gr de massa cortada (cotovelos grandes, macarrão, penne…)

-1 peito de frango

-80 gr de fiambre em cubos

-20 gr de bacon em cubos

-2 alhos

-1 cebola pequena

-3 tomates de lata pelados + sucos do tomate

-3 colheres de sopa de natas para culinária

-Manjericão fresco q.b

-Salsa seca q.b

-1 colher de chá de mostarda

-1 colher de café de massa de pimentão

-1 cálice de vinho do porto

-1/2 chávena de queijo parmesão ralado na hora

-200 gr de queijo mozarela

- Sumo de limão q.b

-Sal q.b

-Pimenta q.b

-Azeite q.b

-Margarina q.b

-Pão ralado q.b

 

Modo de preparo:

 

1 –Corte o peito de frango em cubos aproximadamente do mesmo tamanho e tempere com sal, pimenta e o sumo de limão. Reserve.

 

2 -Pique a cebola e os alhos. Leve a cebola picada e metade do alho picado a refogar num fio de azeite até a cebola ficar translúcida. Corte o tomate pelado em pedaços e adicione ao refogado, assim como parte do molho do tomate em lata. Deixe o preparado levantar fervura e adicione 500 ml de água e o bacon aos cubos. Tempere com um pouco de sal, o manjericão fresco picado e a salsa. Junte a massa e deixe-a cozer por 8/10 minutos, sendo que convém que a retire ainda um pouco crua (um pouco mais “rija” do que “al dente”) pois ainda a vai levar ao forno.

 

3- Enquanto a massa coze, salteie num wook o frango e o fiambre num fio de azeite ao qual juntou o alho picadoque tinha reservado. Tempere com a mostarda e a massa de pimentão. Quando o frango estiver lourinho, refresque com um cálice de vinho do porto e deixe o álcool evaporar. Junte o queijo parmesão ralado,3 colheres de sopa de queijo mozarela e as natas. Mexa o preparado e adicione a massa com o molho de tomate. Envolva tudo muito bem e coloque a massa num tabuleiro previamente untado com um pouco de margarina e pão ralado. Polvilhe com a mozarela e leve ao forno a gratinar.

 

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Sex | 21.10.16

Ser Mãe # 3 - É dar colo

mariana

Lisboa, 21 de outubro de 2016

 

Mal os nossos bebés nascem são, regra geral, colocados sobre o nosso peito. Esse momento único, inexplicável e místico, é posteriormente prolongado pelo nosso colo. O nosso colo transforma-se desta forma numa extensão do nosso corpo, num ninho humano, quente e aconchegante, no sítio mais seguro do mundo. A seguir ao nosso colo chegam o do pai, dos avós, dos tios, dos restantes familiares e amigos… No entanto, o nosso parece ser muitas vezes o preferido de entre todos os outros.

 

Tenho que salientar que o Manel tem a sorte de ter vários colos para além do meu, a começar pelo colo do pai. O colo do pai é tão especial como o da mãe e é sempre um ninho onde se pode abrigar, sendo que, às vezes, sou bafejada por um olhar de lado caso o tente remover.

 

Há o colo dos avós, que é dourado e saboroso, sendo muitas vezes (ou quase todas) oferecido sem pedir. O colo dos tios é, cá em casa, mais raro do que ambas as partes gostariam (o meu irmão e cunhada são tios únicos e vivem em Copenhaga), mas é sinónimo de brincadeira e carinho, deixando um rasto de saudade ao partir. A estes colos, juntam-se dois muito especiais – o da Sandra e o da minha madrinha (tia-avó do Manel) – estes dois colos estão repletos de generosidade, amor, muito mimo e atenção.

 

Contudo, apesar de todos estes abrigos maravilhosos que o Manel tem, há choros que só o meu colo acalma, olhares desesperados a pedi-lo e momentos em que me sinto um pouco constrangida, com ele a querer mudar de um outro colo para o meu. É a natureza a falar e tenho a certeza de que a maior parte dos bebés faz o mesmo, sendo que tal não significa que prefira a mãe ao pai, ou a qualquer outro membro da família. Por mais “injusta” que seja a situação, o nosso colo é um dos locais onde se sentem mais resguardados e protegidos. No entanto, se sentimos uma certa vergonha por quererem “saltar” para o nosso colo em detrimento de outro, também há o sentir de um certo orgulho maternal, que faz de nós a pessoa mais especial do mundo, a guardiã do Santo Graal, com o coração aconchegado.

 

Apesar de conseguirmos fazer muita coisa com eles ao colo (e sempre mais qualquer coisita extra que o mundo nos peça…), há tarefas que são impossíveis de fazer com uma “mini pessoa” atracada a nós. Se, por um lado, é maravilhoso sermos o porto-de-abrigo de excelência dos nossos bebés, sabe bem viver de vez em quando sem ser em “modo coala”. Alternamos, assim, entre o desejo de ter os dois braços livres e o de querer usar esses mesmos braços apenas para os apertar ao nosso peito, como que a “impedir” que o tempo passe fazendo-os crescer rápido de mais.

 

Crescer com saúde é uma prece que fazemos para os nossos filhos, mas nem por isso estamos preparadas para o momento em que nos mandam dar uma curva.

 

A maternidade atribui às mães uma certa “bipolaridade” no que toca ao crescimento dos seus bebés - queremos que sejam crianças independentes, mas queremos também que sejam por mais um bocadinho os bebés cujo local favorito é o nosso colo.

 

É esta “bipolaridade” maternal que nos dá vontade de lhes dar colo sempre que eles querem, sem, obviamente, os “arrancar” de outros colos, nem ir a correr tirá-los do berço sempre que choram, pois também é importante que eles aprendam a acalmar o choro.

 

Sou sempre um porto-de-abrigo, pronta para lhe pegar quando precisar de consolo ou quando o choro persistir. Se adormecer sozinho – o Manel já o faz algumas vezes - tanto melhor; se precisar de embalo ou que lhe cante o “Balão do João” vinte vezes seguidas, fá-lo-ei de coração cheio.

 

E, por muito que me doa o ombro, ver os meus olhos nos dele dá-me mais um bocadinho de resistência.

 

E sim, ser mãe é também proferir frases lamechas e aceitá-las como nossas. Ser mãe é, dentro dos limites do bom senso, “dar colo” a um filho sempre que ele precise, mesmo quando já for um homem (ou uma mulher) e ultrapasse os limites de altura. Porque para “dar colo” não existem limites requeridos.

 

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 (imagem retirada do pinterest)

 

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Ter | 18.10.16

Sopas #1 - Massa à barrão

mariana

O Outono chegou e com ele trouxe o frio, não sei se veio para ficar, mas nestes dias mais frescos uma sopa bem quentinha é a refeição perfeita. Por isso, a sugestão culinária desta semana é uma sopa estilo "refeição completa". Esta sopa era um clássico em casa dos meus avós maternos e a receita é, mais uma vez, da Amélia. É um prato típico do Ribatejo, sendo uma sopa de substância muito apreciada naquela região. Pessoalmente, adoro este tipo de sopas nas quais os alimentos são cortados em pequenos pedaços e conseguimos sentir as suas diferentes texturas. Para além de constituir uma refeição super nutritiva e saudável é deliciosa e só de pensar nela cresce-me água na boca. Se sobrar, é daqueles pratos que ficam ainda mais saborosos no dia a seguir. Espero que gostem!


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Massa à barrão

(para 2 pessoas)

 

Ingredientes:

 

-1 posta de bacalhau demolhado

-2 batatas médias

-2 dentes de alho

-1 cebola média

-2 colheres de sopa de tomate triturado

-1 colher de sopa mal cheia de massa de pimentão

-1/2 chávena de chá de massa cotovelinhos

-2 ovos

-1 colher de sopa bem cheia de azeite

-Água da cozedura do bacalhau e/ou água

-Sal q.b

-Hortelã q.b

 

Modo de preparo:

 

1 – Coza a posta de bacalhau. Quando estiver cozido, lasque em pedaços e ponha de parte. Num recipiente à parte, reserve a água da cozedura do bacalhau.

 

2 -  Descasque e corte as batatas em cubinhos pequenos. Pique finamente a cebola e os alhos.

 

3 – Leve ao lume uma panela com o azeite e nela refogue a cebola e os alhos. Acrescente o tomate triturado, a massa de pimentão e as batatas. Deixe estufar por um bocadinho e junte a água da cozedura do bacalhau. Quando o preparado estiver a ferver, adicione a massa, tempere com muito pouco sal e uma folhinha de hortelã.Deixe cozinhar em lume brando até estar tudo cozinhado,se for necessário adicione um pouco de água extra.

 

4- Junte à base da sopa o bacalhau em lascas e sirva com um ovo escalfado no momento.

 

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Seg | 17.10.16

Mini-saco para roupa suja - D.I.Y

mariana

Começamos a semana com um projeto de costura, é das temáticas do blog de que mais gosto apesar de não partilhar tanto como gostaria. Na verdade, são posts que requerem bastante tempo e, como este não estica, por vezes é mais complicado ter sobre este assunto a regularidade que desejaria.

Fica a promessa de compartilhar pelo menos dois projetos deste tipo por semana, estou a organizar os próximos posts para que tal seja possível. Para quem gosta de aprender a costurar, mas que ainda não se sente à vontade para arriscar apenas com os tutoriais, em breve irão estar disponíveis os tutoriais em vídeo. Julgo que este formato facilitará bastante o processo de aprendizagem e tornará mais clara a explicação dos diversos passos.

O projeto desta semana é um mini saco para a roupa suja, sobretudo para roupa interior e meias. Estava a desesperar com a quantidade de meias de "vidro" pequeninas que compro, mas que acabam sempre por se esfumar! Não sei o que lhes acontece, se grande parte delas são “roubadas” pelo Brutus, outras parece que são engolidas pela máquina de lavar. Para não estar sempre à procura das ditas, decidi aproveitar os cabides de criança que vêm com a roupa do Manel e fazer estes mini sacos para pendurar no roupeiro. Desta forma, não misturo as meias com o resto da roupa suja e não perco tempo à caça de meias e de outras miudezas. Quando quiser lavar a roupa suja é só abrir o fundo do saco, pelo velcro, e despejar o conteúdo.

Para quem gosta de fazer prendas para oferecer, esta é a altura ideal para pôr as mãos à obra, pois o Natal está quase à porta. Julgo que este mini saco é uma ótima prenda para oferecer a uma amiga, irmã, cunhada ou prima. Sugiro que utilizem um tecido bonito para dar um toque especial à peça. Espero que gostem desta sugestão, experimentem e caso surja alguma dúvida não hesitem em perguntar-me.

 

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Materiais/Aviamentos:

-Tecido Exterior (Piqué, Fustão, Algodão… Recomendo que utilizem tecidos com alguma consistência)

-Tecido para o forro (utilizei tecido cru)

-Velcro para coser

-Cabide de criança (utilizei os da primark, mas são várias as lojas que dão estes cabides aquando da compra de peças de bebé ou criança) 

-Materiais de costura básicos: tesoura, giz de alfaiate ou caneta hidrossolúvel, alfinetes, linhas, máquina de costura, ferro de engomar..

-Molde Mini-Saco roupa suja.pdf

 

Notas:

Para obterem o molde do mini-saco para roupa suja basta clicar na hiperligação e transferir o ficheiro para o vosso computador, depois é só imprimir. Quando imprimirem o molde tenham o cuidado de imprimir em tamanho real ou "actual size", para confirmar se a impressora está a imprimir correctamente devem ir às suas propriedades. 

Aconselho a lerem com atenção todo o tutorial antes de começar a sua execução.

O molde não contém valores de costura incluídos. Aconselho a utilizar como valor para as costuras 1,5 cm.

 

Plano de corte:

Tecido Exterior e tecido do forro:

Cortar com o tecido dobrado:

Peça única: Cortar 2 vezes na dobra do tecido

 

Como fazer:

 

1 - Imprima os moldes do mini saco para roupa suja. Corte as peças do molde de acordo com o plano de corte. Escolha uma das peças cortadas para servir de frente do saco. Corte o "buraco" do saco nessa mesma peça, tanto no tecido exterior como no tecido do forro. Para tal, coloque o molde do “buraco” na dobra do meio da frente do saco guiando-se pela linha pontilhada presente no molde do mesmo.

 

2 – Cosa o exterior do saco: junte a parte da frente às costas do saco, direito com direito. Cosa todo o contorno do saco (excepto o fundo), tendo em conta que deve deixar uma pequena abertura no topo para enfiar o cabide (pode-se guiar pelas marcações sugeridas no molde). Realize pequenos cortes em “V” nas partes curvas do saco, abra e remate as costuras. Volte o saco para o lado do direito.

 

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3 - Prepare o forro do saco: guie-se pelas marcações presentes no molde para coser o velcro ao fundo do saco, sendo que de um lado deve coser a parte macia do velcro e do outro a parte áspera. Cosa o forro do saco, una os direitos do forro (“cole” o forro pelo velcro) e costure o contorno do saco (excepto o fundo), tendo em conta que deve deixar uma pequena abertura no topo para enfiar o cabide (pode-se guiar pelas marcações sugeridas no molde). Realize pequenos cortes em “V” nas partes curvas do saco, abra e remate as costuras.

 

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4 – Una o forro ao saco:

 

1 - Com o exterior do saco do direito e o forro do avesso, una os dois pelo fundo do saco com uma costura, fazendo coincidir os “buracos” das asas e os lados do saco. Tenha em atenção que deve deixar uma costura para voltar o trabalho para o direito. Abra e remate a costura realizada, vire o trabalho para o direito e pesponte o fundo do saco fechando desta forma a abertura previamente deixada.

 

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2 – Prepare a fitas de viés para debruar o "buraco" do saco: corte em viés uma fita de 30 cm com 4 cm de largo. Dobre a fita ao meio, no sentido do comprimento, e passe a ferro. Dobre ambos os lados das fitas de viés para dentro (1 cm) e passe-as a ferro. Volte a dobrar a fita ao meio, no sentido do comprimento, e passe-a ferro. 

3 - Utilize a fita de viés previamente preparada para debruar o "buraco" do saco.Com um ponto á mão invisível, cosa o exterior do saco ao forro no local da abertura deixada para passar o cabide.

 

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O mini-saco para roupa suja está pronto a utilizar, basta "vestir" um cabide e pendurar no vosso armário ou lavandaria.

  

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Qua | 12.10.16

Hot Topics #1 - Uber, Táxis e Violência gratuita

mariana


Hoje apresento-vos uma nova rubrica, os “Hot Topics”, aqueles temas controversos e “quentes”, atuais ou mais antigos, causadores de burburinho no nosso dia-a-dia.

A atual, mas antiga discórdia entre os taxistas e as prestadoras de serviços em plataforma tecnológica (UBER e Cabify) pareceu-me o tópico perfeito para dar início a esta rubrica.

Visto não ter carta de condução - tenho pavor de conduzir - sou utilizadora assídua deste tipo de serviços, sendo que nunca utilizei nem a Uber, nem a Cabify. Como já referi aqui, considero a experiência de andar de táxi especialmente enriquecedora em termos sociais, pois é-nos dada a possibilidade de conversar, ouvir histórias e partilhar ideias com alguém que, à partida, não nos conhece, mas que pode fazer a diferença no nosso dia-a-dia.

Como lisboeta, andar de táxi é mais do que um meio de transporte, é mais do que um serviço, constitui uma experiência pitoresca e tradicional – os táxis fazem parte da fisionomia da cidade. Nas minhas viagens de táxi já apanhei de “tudo” – desde o taxista mais simpático, disponível e falador, ao taxista mais antipático, bruto e mal-educado. Existem profissionais que têm orgulho e gosto em fazerem o seu trabalho com brio, há outros para quem um trabalho é apenas uma forma de ganhar dinheiro e o resto não interessa.

Sempre considerei positiva a existência de prestadores de serviços como a Uber e a Cabify, até no sentido em que forçou os taxistas a melhorarem os seus serviços – a concorrência, quando leal, é fundamental para que exista variedade na oferta e mais excelência nos serviços.

Há que averiguar se a atividade desses prestadores é legal ou não. Não o sendo, a situação deve, para persistir com justiça, ser legalizada.

Contudo, colocando as leis de parte, com a recente manifestação dos taxistas muita coisa mudou, pois é impossível ficar indiferente à violência gratuita oferecida pelos taxistas tanto à Uber como à Cabify, ou a quem quer que fosse que ousasse fazer-lhes frente. Se alguma razão pudessem ter, esfumou-se com as atitudes bárbaras e frases vulgares proferidas por alguns taxistas.

É uma luta em que alguns querem conquistar pela brutalidade dos atos aquilo que ambicionam, esquecendo-se dos outros. Por mais que não se queira generalizar, aqueles que trabalham com esforço e dedicação todos os dias acabam por ser arrastados pelo vandalismo dos colegas de profissão, perdendo a razão e ganhando a desconfiança do público. Hoje é impossível não pensar duas vezes antes de apanhar um táxi.

É certo que todos nós podemos perder a cabeça, mas a partir do momento em que o fazemos, sobretudo de forma coletiva, devemos ter a consciência de que pomos tudo em causa, incluindo a liberdade dos outros.

Se antes, ao entrar num táxi, sabia que podia apanhar qualquer tipo de motorista, assim como um taxista pode apanhar qualquer tipo de cliente, hoje são as imagens de um bando de seres toldados pela loucura, a abanarem violentamente um carro da Uber, que definem a minha vontade de entrar ou não num táxi.

As situações geradas no decorrer da manifestação dos taxistas são a prova de que uma imagem vale mais do que mil palavras, reduzindo a pique a minha vontade de viajar num táxi. O meu sentido de segurança foi seguramente abalado e, caso precise de me deslocar com o meu bebé, não me sinto à vontade para o fazer num táxi. Decerto que, como eu, há muitos que antes eram “leais” a este meio de transporte, apesar das suas idiossincrasias, mas que hoje não se sentem confortáveis para o utilizar.

Manifesto a minha simpatia, por todos aqueles taxistas que exercem a sua profissão com excelência, tornados vítimas por atos cometidos por colegas de profissão
exaltados, menos lúcidos e pouco esclarecidos. Contudo, tenho esperança de que a excelência com que desempenham a sua função lhes permita saírem ilesos de toda esta “revolução”.


Não posso jurar nunca mais apanhar um táxi, mas no meu iPhone já mora uma nova aplicação …. Adivinham qual?

 

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Seg | 10.10.16

Doces #3 - Bolo da Amélia

mariana

Damos as boas-vindas à semana com um miminho para os mais gulosos, um bolo de noz e amêndoa com chantilly e framboesas.

Este bolo é inspirado num bolo que a empregada dos meus avós maternos - a Amélia - fazia com frequência lá em casa.

A Amélia é uma das figuras marcantes da minha infância, guardo com carinho os almoços com ela na cozinha dos meus avós e as limpezas que a "ajudava" a fazer. A Amélia foi uma das pessoas que coloriu a minha infância com momentos doces e alegres, hoje em dia continua a visitar a minha avó praticamente todas as semanas, apesar de já não trabalhar para ela há anos.

Estas pessoas, que nos permitem ser mais felizes e inteiros, sendo leais durante toda uma vida, merecem ser lembradas com carinho e gratidão, pois são seres humanos em vias de extinção….

Com isto em mente, partilho a receita do seu bolo.

A Amélia utilizava apenas amêndoa com pele e cobria o bolo com ovos-moles.

Experimentem e deliciem-se com este miminho da Amélia, reinventado!

 

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Bolo da Amélia

(Para 6/8 pessoas, depende da gulodice de cada um):

 

Ingredientes:

 

- 125 g de miolo de noz

- 125 g de miolo de amêndoa sem pele

- 6 Ovos

- 250 g de açúcar + 4 colheres de sopa

- 1 Colher de chá rasa de fermento em pó

- 220 ml de natas frescas

- 125 g de framboesas

 

Modo de preparo:

 

1 - Na 1-2-3, ou numa picadora, triture as nozes e a amêndoa até que fiquem em farinha. Combine as duas "farinhas" e acrescente o fermento, misture bem.

 

2 - Separe as gemas das claras.Com uma vara de arames, bata as gemas com os 250 g de açúcar, até ficar com uma mistura fofa e esbranquiçada. Bata as claras em castelo.

 

3 - Adicione à mistura das gemas a "farinha" de noz e amêndoa, alternando com as claras batidas em castelo. Verta o preparado numa forma redonda, untada com margarina e polvilhada com farinha, leve ao forno previamente aquecido a 180ºC por cerca de 40 minutos ou até estar cozido. Retire do forno e deixe arrefecer um pouco, antes de desenformar.

 

4 - Para fazer o chantilly bata as natas, que devem estar bem frias, com as quatro colheres de açúcar. Depois de frio, barre o bolo com o chantilly e decore com as framboesas previamente lavadas.

 

Sugestão:

Pode substituir as framboesas por morangos, amoras, ananás ou outra fruta fresca da sua preferência. Este bolo é igualmente delicioso com doce de ovos-moles em vez do chantilly.

 

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Qui | 06.10.16

O medo (ir)racional de uma mãe

mariana

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Como já vos disse anteriormente, o medo é algo que surge naturalmente na vida de uma mãe. Pelo menos surgiu na vida desta mãe, que estava à espera de ser a despreocupação em pessoa. No entanto, a vida está sempre pronta a ensinar-nos uma coisa ou outra e decidiu que o "medo" devia fazer parte da minha experiência como mãe - chegou de mansinho e, se era suposto ir atenuando, parece porém aumentar à medida do crescimento do meu amor pelo meu filho.

 

Este medo está muito presente nas trivialidades do dia-a-dia. Pode parecer ridículo, mas se a sesta é mais demorada (o que não é hábito…) e por mais sossego de que eu precise, lá estou a verificar se ele está a respirar… .Um pico de febre sem razão aparente - as chamadas febrículas - serve de rastilho para a minha imaginação ir visitar cenários aterradores. Ou numa noite em que me presenteia com oito horas de sono seguidas (que felicidade para alguém privado de um sono seguido há cinco meses!) fico abalada pelo nervosismo de uma mãe “de primeira viagem”.

 

O receio é o de que qualquer coisa menos boa entre de rompante pela nossa vida a dentro e perturbe o estado de felicidade puro que amar um filho nos traz. E também o pavor de não sermos capazes de evitar que algo de mal lhe aconteça. A incapacidade “lógica” de sermos donos do mundo e de não conseguirmos controlar tudo o que acontece.

É por isso que este medo é na verdade irracional e, felizmente, em 99,9 % das vezes não tem fundamento, é apenas o coração nervoso de uma mãe. Contudo, todos os dias ouvimos histórias tristes sobre as partidas que a vida nos pode pregar. São essas histórias que por vezes assombram a minha realidade como mãe, porque não é só aos outros que acontece... E se me acontecer a mim?

 

Hoje, percebo melhor o nervoso miudinho da minha mãe quando ouve notícias sobre ataques terroristas em aeroportos a pensar no meu irmão que viaja todos os meses.

 

Se, por um lado, é este medo que nos faz encarar a vida e os problemas de uma outra forma - relativizar as circunstâncias da vida nunca foi tão simples - também não é por ele que quero reger a nossa vida.

 

Quando penso nas tropelias que tanto eu como o meu irmão fizemos, penso no coração dos meus pais e como devem ter ficado com as nossas aventuras. Penso na liberdade que nos deram, permitindo-nos ser cidadãos do mundo com o caráter e as “ferramentas” necessárias para escolhermos o nosso destino. Os meus pais não nos transmitiram medo de viver e sem nos colocarem numa redoma deram um sentido de segurança e de aconchego às nossas vidas. Mas tenho a certeza que o medo também se instalou muitas vezes nos corações deles.

 

Resta-me ir aprendendo, aos poucos, a gerir este medo, seguir o instinto maternal, manter algum pragmatismo q.b. e pôr de parte as angústias e a impaciência que por vezes nos assaltam.

 

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Qua | 05.10.16

Mommy Meals #6 - Almôndegas com molho de tomate

mariana

As "Mommy Meals" são receitas fáceis, de estilo familiar e criadas a pensar na correria que é o dia-a-dia de uma mãe. Podem ser receitas mais rápidas ou não, sendo que podemos recorrer a certos truques para "encurtar" o tempo de preparação das refeições.

É o caso destas almôndegas, que à partida são mais demoradas de fazer, contudo se dobrarem a receita podem congelar metade.Desta forma fazem "render" o trabalho de fazer uma refeição, maximizando o tempo que têm disponível e ficam com uma refeição rápida, deliciosa e saudável, pronta para os dias mais caóticos.

Esta receita é excelente para fazer com os mais pequenos, sendo que por norma eles adoram ajudar a fazer a "massa" das almôndegas e a molda-las.

Inspirei-me na receita que a Sandra fazia cá em casa, mas juntei alguns ingredientes para dar o meu toque pessoal.

 

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Almôndegas com molho de tomate

Para 5 ou 6 pessoas

 

Ingredientes:

 

Para as almôndegas:

-250 gr de carne de vaca picada

-100 gr de carne de porco picada

-1 colher de chá de sal

-2 colheres de sopa de queijo parmesão ralado no momento

-1 alho grande

-1 colher de chá de mostarda

-1 colher de chá de salsa

-1 cebola média

-20 gr de bacon ou de chouriço

-2 ovos 

-3 colheres de sopa de pão ralado

-azeite q.b

 

Para o molho de tomate:

-3 tomates médios

-5 colheres de sopa de tomate em lata

-2 alhos

-100 ml de água

-1 colher de chá bem cheia de manjericão seco

-1 colher de chá bem cheia de orégãos

-sal q.b

-1 colher de chá rasa de açúcar

-azeite q.b

 

Modo de preparo:

 

Para as almôndegas:

Na 1-2-3 ou numa picadora, moa o bacon ou o chouriço e de seguida a cebola e o alho. Numa taça, misture as carnes; o bacon picado; a cebola e o alho. Tempere com o parmesão ralado, o sal, a mostarda e a salsa. A esta mistura adicione os ovos batidos e o pão ralado, amasse tudo de forma a obter uma massa homogénea. Molde a massa em bolinhas do tamanho de uma noz. Para selar as almôndegas, frite-as num fio de azeite quente até estarem douradas por fora mas ainda mal passadas no interior. Reserve.

 

Para o molho de tomate:

Pique os alhos finamente, retire a pele aos tomates e corte-os em pedaços. Cubra o fundo de um tacho com azeite e  leve o alho a alourar, junte o tomate e deixe suar por uns minutos. Com o esmagador de batatas, esmague o tomate. Adicione o tomate em lata e a água, tempere com sal, orégãos e manjericão. Para regular a acidez do molho, adicione uma colher de chá rasa de açúcar. Junte as almôndegas e deixe apurar por 20/30 minutos, finalizando desta forma a cozedura das almôndegas. Caso verifique que o molho está muito seco, pode juntar mais água.

 

Para servir, sugiro que polvilhe as almôndegas com parmesão ralado e acompanhadas de esparguete e espinafres salteados em alho.

 

Notas: O tempo de congelação recomendado para refeições cozinhadas é de três meses. Podem congelar as almôndegas com o molho de tomate ou simples. Quando quiserem utilizar, basta deixar descongelar à temperatura ambiente. Caso desejem utilizar outro molho, descongelem as almôndegas e depois é só cozinhá-las no molho da vossa preferência.

 

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